Seu coração partiu e ela também

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2016


Naquele dia ela acordou mais cedo, sentia em cada parte de seu corpo que precisava sair, andar, abraçar as pessoas e se conectar com o mundo, não que isso fosse novidade, pois ficar parada não era o seu forte. Então, foi o que ela fez, saiu e foi na casa de suas amigas, pessoas que ela conhecia a anos, eram feito suas irmãs! Ah, falando em irmandade, ela acordou seu irmão com cócegas antes de sair correndo pela porta pra se livrar da revanche, o dia foi como outro qualquer, se divertiu com as amigas, saiu a noite, bebeu, riu, porém aquele aperto não a deixava, por mais que estivesse presente ali, com todas as pessoas que ela amava, existia uma saudades das mesmas que não a deixava, como uma sensação de nostalgia quando se assiste um desenho de infância, mas o prazer não estava presente, na verdade, a sensação mais se parecia com dor. A semana passou e a sensação a acompanhava por cada segundo, até que seu coração deu o sinal que costumava dar de tempos em tempos, foi levada as pressas ao hospital, e quando a estabilizaram o sorriso voltou, mandou mensagens pra que todos não se preocupassem. Não se via o hospital tão cheio para doações de sangue a tempos, até as enfermeiras se impressionavam com tamanho carinho dos amigos, que vinham de longe pra ajudar. Eu costumo fazer uma analogia do coração dela com os sentimentos que estão presentes em todos nós quando amamos. É um sentimento que assim como o coração, nos mantem vivos, mantém o sangue bombeando em nosso corpo, dando vida a cada célula presente ali, mas o amor também traz dores, que se comparam a falhas do seu coração, que nos levam as pressas pro hospital, acontece que o reparo não depende de nós, no caso do amor, depende de quem causou a dor, e no caso do coração, depende dos cirurgiões, muitas vezes o amor não sobrevive, ele destrói a gente por dentro e leva nossa esperança pra longe. O coração dela não sobreviveu, a destruiu por dentro, mas a esperança? Essa tenho certeza que se foi com ela, e é o que nos mantém de pé aqui embaixo.

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